sábado, 20 de junho de 2015

Um rosto envelhecido

Da autoria de Lerissa Kunzler

     Era uma cidadezinha calma e tranquila, daquela onde todos costumam se conhecer. Em seu coração havia uma praça bem arborizada e normalmente movimentada, cheia das idas e vindas comuns do dia a dia. Além dos canteiros floridos, da grama bem cuidada e dos trilhos que a atravessavam, a praça possuía uma série de banquinhos de madeira, pintados de branco, onde as pessoas volta e meia sentavam-se para descansar de suas rotinas incansáveis.
     Fora em um daqueles bancos que, em certa manhã fria, um velho se sentou para descansar as pernas da caminhada matinal. Descansou sua bengala ao seu lado e apoiou o queixo nas mãos. Sua respiração saía em forma de vapor de suas narinas, devido ao ar gelado da manhã, e ele parecia cansado. Não apenas pela caminhada, mas por algo mais, algo que era difícil de exprimir em palavras. Era um cansaço da vida.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Trecho do livro As Cores da Escravidão,
de Ieda de Oliveira



     "Como o barulho do motor era forte, eu tinha mesmo é que gritar. Aí gritei umas histórias que eu tinha aprendido com a vó Tonha. Outras, eu inventei. Deu certo. O João ficou com a cara menos branca e os olhos verdes normais.
     Achava engraçado isso nele. Parecia uma onça-pintada. O cabelo meio vermelho, um monte de pintas cor de barro pela cara e olhos que mudavam de cor. Com medo, cinza. Com fome, amarelos. Com histórias, verdes. E com raiva, nunca vi.
     Eu era bem maior e acho que mais velho, mas, de algum jeito, achava o João melhor que eu. E eu falo é de coisa simples mesmo. Quer ver como era? Se eu não tivesse com vontade de jogar bola, não jogava. Mas ele não. Era capaz de jogar sem vontade só pra não dizer não. E isso era com todo mundo."

- As Cores da Escravidão, p.18

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Resenha do livro: Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis

E hoje, meus caros amigos, trago um pouco sobre um grande clássico da literatura brasileira. Digo um pouco pelo fato de que há tanto para se dizer a respeito desta obra que uma simples resenha obviamente não seria suficiente para tal.

Título: Memórias Póstumas de Brás Cubas
Autor: Machado de Assis
Editora: Edições BestBolso
Edição:
Ano: 2012
Nº de páginas: 240

Sinopse: É após a morte que Brás Cubas decide narrar suas memórias. Nesta condição, nada pode suavizar seu ponto de vista irônico e mordaz sobre uma sociedade em que as instituições se baseiam na hipocrisia. O casamento, o adultério, os comportamentos individuais e sociais não escapam à sua visão aguda e implacável, nesta obra fundamental de Machado de Assis.
Avalição do NMW: 

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