Da autoria de Lerissa Kunzler
Era uma cidadezinha calma e tranquila, daquela onde todos costumam se conhecer. Em seu coração havia uma praça bem arborizada e normalmente movimentada, cheia das idas e vindas comuns do dia a dia. Além dos canteiros floridos, da grama bem cuidada e dos trilhos que a atravessavam, a praça possuía uma série de banquinhos de madeira, pintados de branco, onde as pessoas volta e meia sentavam-se para descansar de suas rotinas incansáveis.
Fora em um daqueles bancos que, em certa manhã fria, um velho se sentou para descansar as pernas da caminhada matinal. Descansou sua bengala ao seu lado e apoiou o queixo nas mãos. Sua respiração saía em forma de vapor de suas narinas, devido ao ar gelado da manhã, e ele parecia cansado. Não apenas pela caminhada, mas por algo mais, algo que era difícil de exprimir em palavras. Era um cansaço da vida.