sábado, 15 de agosto de 2015

Resenha do livro: O Duque & Eu, de Julia Quinn
Primeiro livro da série Os Bridgertons

Título: O Duque & Eu
Autora: Julia Quinn
Editora: Arqueiro
Edição:
Ano: 2013
Nº de páginas: 288
Sinopse: O Duque e Eu - Simon Basset, o irresistível duque de Hastings, acaba de retornar a Londres depois de seis anos viajando pelo mundo. Rico, bonito e solteiro, ele é um prato cheio para as mães da alta sociedade, que só pensam em arrumar um bom partido para suas filhas. Simon, porém, tem o firme propósito de nunca se casar. Assim, para se livrar das garras dessas mulheres, precisa de um plano infalível. É quando entra em cena Daphne Bridgerton, a irmã mais nova de seu melhor amigo.
Apesar de espirituosa e dona de uma personalidade marcante, todos os homens que se interessam por ela são velhos demais, pouco inteligentes ou destituídos de qualquer tipo de charme. E os que têm potencial para ser bons maridos só a veem como uma boa amiga. A ideia de Simon é fingir que a corteja. Dessa forma, de uma tacada só, ele conseguirá afastar as jovens obcecadas por um marido e atrairá vários pretendentes para Daphne. Afinal, se um duque está interessado nela, a jovem deve ter mais atrativos do que aparenta.
Mas, à medida que a farsa dos dois se desenrola, o sorriso malicioso e os olhos cheios de desejo de Simon tornam cada vez mais difícil para Daphne lembrar que tudo não passa de fingimento. Agora ela precisa fazer o impossível para não se apaixonar por esse conquistador inveterado que tem aversão a tudo o que ela mais quer na vida.
     Um romance de época, que traz consigo todas as festas, costumes e memoráveis tradições dos séculos passados, é certamente uma ótima opção, que nenhum leitor (especialmente se for alguém afeiçoado a bons romances) desperdiçaria. O Duque & Eu, de Julia Quinn, traz isto tudo e mais um pouco. Situações inusitadas, diálogos interessantes, momentos que te farão rir e personagens apaixonantes, são apenas alguns dos ingredientes deste fabuloso romance.
"O que quer que fosse, não era feito de palavras, frases ou pensamentos conscientes. Era como se ela estivesse rodeada de cores. Tons de vermelho e amarelo, e uma mistura de laranja na qual ela e Simon se encontravam. Puro sentimento e instinto. Era isso. Nenhuma razão, nenhuma lógica, nada remotamente racional ou sensato." p.164
     Julia Quinn conseguiu pegar a velha e batida ideia de um romance que se passa no século XIX e criar algo totalmente novo e memorável. Daphne e Simon, com suas histórias e suas personalidades únicas deram origem a uma história totalmente nova e que certamente desperta a curiosidade de qualquer leitor. Não é simplesmente mais um romance de época, é o romance de época. É uma história cheia de possibilidades, que abre portas ao novo a cada capítulo; é imprevisível, inusitado, hilariante.

     De forma geral, O Duque & Eu é o primeiro livro da série Os Bridgertons, série de oito livros (cada qual focando em um membro diferente da enorme família absurdamente parecida). Algo que achei engraçado e que também vale a pena destacar é que os 8 irmãos possuem seus nomes na ordem alfabética, do mais velho para o mais novo: Anthony, Benedict, Colin, Daphne, Elouise, Francesca, Gregory e Hyacinth.
     A história de Daphne e Simon é marcada por peculiaridades e é muito interessante perceber como a amizade de ambos vai se desenvolvendo no decorrer do romance. É interessante também notar que ambos possuem objetivos de vida completamente diferentes, mas que, graças à uma ideia excepcional, podem ajudar um ao outro. Os dois se completam e, como diz aquele velho clichê, é como se fossem "feitos um para o outro".
"Simon percebeu que ambos estavam presos. Presos pelas convenções sociais e expectativas da sociedade. E foi então que uma ideia maravilhosa lhe veio à mente. Uma ideia estranha, louca e espantosamente maravilhosa. [...]- Você não gostaria de uma folga? - perguntou ele de repente. [...] - Talvez haja uma maneira de eu ser poupado das atenções das Featheringtons e outras moças do tipo e, ao mesmo tempo, proteger você dos esforços casamenteiros de sua mãe. - continuou Simon.Ela olhou para ele com atenção.- E como isto seria possível?- Nós - disse ele, inclinando-se para frente e fixando os olhos nos dela - formaremos um casal." - p.75-76
     Uma observação à parte: posso estar equivocada, mas no início do livro, notei a sombra de uma semelhança inegável entre o romance de Julia Quinn e um dos maiores clássicos da literatura inglesa: Orgulho & Preconceito. Ambos se passam em uma época com uma sociedade e costumes semelhantes, o que, por si só, já gera algumas semelhanças. Porém, muito além disso, em ambos encontramos uma mãe praticamente aflita por ver suas filhas bem-casadas – o que, não se pode negar – é algo perfeitamente reconhecível na Sra. Bennet, mãe de Jane e Elizabeth e também em Violet. Em determinado momento no começo da história de O Duque & Eu, Daphne afirma que a mãe seria perfeitamente capaz de dar a mão de sua filha de 10 anos em casamento, se fosse para um bom pretendente – fato de que, claramente, a Sra. Bennet também seria capaz.
"Situações desesperadoras, Simon logo percebeu, pediam medidas desesperadas.-- Srta. Bridgerton - chamou ele, virando-se para Daphne -, gostaria de dançar?" -p.68
     Além deste pequeno fato, a própria relação entre Daphne e Simon à princípio possui uma semelhança inegável com a relação de Lizzy e Mr. Darcy. Simon é absurdamente lindo e rico, assim como Mr. Darcy, e Daphne, tal qual Lizzy, é uma jovem que não fascina ninguém por sua beleza considerada “comum”, mas que se destaca por sua inteligência e irreverência, sempre com ousados comentários na ponta da língua e diálogos destacáveis.

     Confesso que as capas destes livros já sempre me atraíram por seus detalhes e por sua beleza. Mas, muito além disso, o que me fez querer ler a história, foi o fato de retratar um romance de época (uma fã de Downton Abbey e Jane Austen certamente se interessa por isso). Então, há tempos eu queria o livro e comprei-o finalmente há alguns meses e, claro, fui lê-lo só agora.

     É um livro muito bem escrito. A contracapa, além da sinopse e afins, traz uma afirmação de Jill Barnett, que diz o seguinte:
"Julia Quinn é nossa Jane Austen contemporânea."
     Talvez possa ser um exagero na opinião de alguns, mas, de fato, Julia Quinn traz um romance de época muito bem retratado e que, aliás, resgata também inúmeros costumes e tradições que existiam naquela época, obviamente muito diferente dos costumes da atualidade.
"-Eu fui uma criança amada. Tudo o que conheci na infância foi amor e devoção. Acredite em mim, isso torna tudo mais fácil.[...] -Eu quero ser feliz - murmurou.-Você vai ser - prometeu ela, passando os braços ao redor dele. -Você vai ser." p.264
     O que, entretanto, categoriza o livro como um "romance de época moderno" é a maneira como Julia Quinn descreve, do início ao fim, as cenas "hot" o que, certamente, nenhuma autora de época se atreveria a fazer.

     Julia Quinn também sabe desenvolver bem seus personagens e encaixar com sutileza os dramas que desenvolvem o enredo, criando assim situações bem construídas. Um aspecto que merece destaque no livro são os diálogos e o formidável humor da autora que, convenhamos, é uma das coisas que mais enriquecem a história e que, no meu caso, foi o que me cativou na obra. Algumas cenas são simplesmente hilárias e o leitor se pega rindo inevitavelmente (como, por exemplo, aquela em que Violet surge na casa Hastings e puxa Colin pela orelha para deixar a irmã em paz para resolver seus próprios problemas).
"Como os filhos não a obedeceram com a rapidez que ela gostaria, Violet estendeu a mão e...- Por favor, mamãe" - uivou Colin. - Não a...Ela o pegou pela orelha.- ... orelha - concluiu ele tristemente." p.268
     Outro ponto que merece destaque é a própria construção dos personagens. Até mesmo aqueles que não estão no centro da trama, não são meros participantes da obra, mas sim são seres que possuem personalidade e características únicas que os diferem uns dos outros. É algo que admirei também na obra, pois a autora soube criar seus personagens com suas próprias histórias, seus dramas íntimos e suas características e, ainda além, soube criar situações em que encaixava esses aspectos de encontro aos dos outros personagens com maestria.
"Estava começando a se dar conta de que precisava se agarrar a alguma coisa na vida, e talvez ela tivesse razão quando dizia que a raiva não era a solução. Quem sabe ele conseguiria aprender a se agarrar ao amor..." p.265
     De minha parte, gostei da obra como um todo, mesmo que tenha achado que a autora exagerou na enorme sequência de cenas "hot", como se ela quisesse acrescentar e compensar em uma única obra toda a sensualidade explícita que não está presente em outras obras de época, como nas de Jane Austen por exemplo.

     Achei a ideia da Lady Whistledown simplesmente fascinante, pois isso gerou uma boa camada de mistério sobre a trama e o fato da autora ter acrescentado mais expectativa e curiosidade a respeito disso com o trecho final do livro, faz com que qualquer leitor fique mais e mais e mais e mais curioso para descobrir quem é essa tal pessoa (que, como todos já sabem, é uma moça).
     Enfim, é uma leitura interessante, especialmente para quem gosta de romances de época.
Por Lerissa Kunzler

8 comentários:

  1. Oi Lery!
    Preciso urgentemente começar a ler essa série da Julia, tenho muita curiosidade de conhecer sua escrita tão elogiada, e como adoro romances de época, acredito que ela leitura tem tudo para me agradar.
    Quero muito conhecer os Bridgertons!
    Adorei a resenha e os pontos que você ressaltou.
    Beijos.

    Li
    Literalizando Sonhos

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    1. É, eu finalmente li esse livro justamente por essa curiosidade hahaha
      A escrita da Julia é realmente muito boa, leve e gostosa de se ler, como todos dizem!!
      Vale a pena a leitura e romances de época são mesmo maravilhosos!! :D
      Obrigada pela visita!! xD

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  2. Oii
    Sabe, eu acho romances de época super fofos, mas nunca cheguei a ler algum destes livros da Julia Quinn, mas falam tão bem dela, que quem sabe eu dê uma chance alguma hora. Ainda mais com toda essas história de ela ser a nova Jane Austen.... hihi

    Aproveito para dizer que te indiquei para uma tag lá no blog
    http://vicioseliteratura.blogspot.com.br/2015/08/tag-liebster-award.html

    bjos

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    1. Hahaha É, vale a pena conhecer os livros!!
      Opa, obrigada pela indicação, adoro tags!! :D
      Obrigada pela visita!! Beijão xD

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  3. Amo romances de época, confesso que no começo achei bem clichê mas conforme fui lendo sua resenha fui mudando totalmente de opinião, e já entrou pra minha listinha de desejos kkkk aliás adorei a resenha :) bjs

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    1. Hahaha Parece clichê mesmo, né?!
      Opa, obrigada, espero que goste dos livros quando for lê-los!! :D
      Obrigada pela visita!! xD

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  4. Lerissa, eu me tornei super fã de Julia Quinn. Também acho um exagero a denominação de "Jane Austen contemporânea", não concordo, mas adoro a escrita dela e a leveza de seus livros.
    Já li 5 livros dessa série e estou para receber o 6º. A cada livro me apaixono mais e recomendo a todos!

    Beijos!

    www.oblogdasan.com

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    1. Ela é ótima mesmo, mas Jane Austen é Jane Austen né?! haha
      A escrita dela é ótima mesmo e que bom saber que você continuou gostando da série ao ler os livros seguintes!! :D
      Obrigada pela visita!! xD

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