sábado, 30 de abril de 2016

Sobre o livro: Como eu era antes de você,
de Jojo Moyes

Título: Como eu era antes de você
Autora: Jojo Moyes
Editora: Intrínseca
Edição: 1d
Ano: 2013
Nº de páginas: 320

Sinopse: Aos 26 anos, Louisa Clark não tem muitas ambições. Ela mora com os pais, a irmã mãe solteira, o sobrinho pequeno e um avô que precisa de cuidados constantes desde que sofreu um derrame. Sua vidinha ainda inclui o trabalho como garçonete num café de sua pequena cidade - um emprego que não paga muito, mas ajuda com as despesas - e o namoro com Patrick, um triatleta que não parece muito interessado nela. Não que ela se importe.Quando o café fecha as portas, Lou é obrigada a procurar outro emprego. Sem muitas qualificações, consegue trabalho como cuidadora de um tetraplégico. Will Traynor tem 35 anos, é inteligente, rico e mal-humorado. Preso a uma cadeira de rodas depois de ter sido atropelado por uma moto, o antes ativo e esportivo Will agora desconta toda a sua amargura em quem estiver por perto. Sua vida parece sem sentido e dolorosa demais para ser levada adiante. Obstinado, ele planeja com cuidado uma forma de acabar com esse sofrimento. Só não esperava que Lou aparecesse e se empenhasse tanto para convencê-lo do contrário.Uma comovente história sobre amor e família, Como eu era antes de você mostra, acima de tudo, a coragem e o esforço necessários para retomar a vida quando tudo parece acabado.



Avaliação do NMW: 
    

 Indignada.
     Foi assim que me senti ao final dessa leitura.
     Quero já deixar claro que muitos vão discordar de minha opinião, pelo simples fato de que ela bate de frente com a opinião da maioria. Também não quero gerar polêmica. Apenas vou destacar os aspectos positivos que o livro trouxe e também expôr minha opinião a respeito da obra, que embora discorde diretamente da opinião pública, não deixa de ser uma opinião plausível.
     Não vou detalhar mais a respeito do que trata a história, pois a sinopse acima já conta basicamente com o resumo do que ela trata. Portanto, vou partir diretamente para a análise da obra.
     Tenho que confessar que, embora o livro vá ser o último colocado da minha estante, a escrita da autora é excelente. A história foi muito bem conduzida e, no decorrer da narrativa, há inclusive muitos comentários e situações engraçadas, o que torna o livro muito fácil de ser lido. E considero a autora corajosa também por ter a ousadia de escrever uma história como essa.
"É sua obrigação aproveitar a vida da melhor maneira possível."
     Os personagens são ótimos. Simpatizei muito com a Louisa, a personagem central, sempre se esforçando e vestindo suas roupas chamativas, e também com toda sua família. Mas Will para mim é um caso à parte. Ele é simplesmente um mal-humorado, alguém que não é capaz de encarar o lado bom da vida. Will é um rapaz extremamente negativo e cabeça dura, apenas isso.
     Faz muito tempo que este livro estava na minha lista de leituras e foi parar lá justamente porque boa parte das pessoas que eu via me dizia que era um livro maravilhoso e que eu não poderia deixar de lê-lo e a maioria dizia coisas como: "Separe os lencinhos". Confesso, porém, que o livro não me fez chorar e, olhe bem, não porque sou uma insensível (justamente o contrário) e não porque não me atingiu, mas porque podia ter sido diferente. Sempre pode ser diferente.
     Sou uma defensora da vida e sei que para mim é fácil falar, não estando em uma situação como a de Will. Mas, de todo modo, sempre há uma possibilidade. E desistir significa que você não é forte o bastante para enfrentar o que há em seu caminho. Além disso, há sempre um amplo leque de escolhas e nós, seres humanos, somos as escolhas que fazemos. Portanto, não concordo com o ponto de vista da maioria dos personagens da história e discordo também da própria opinião pública a respeito do livro.
     Inclusive, conheço algumas pessoas que sofrem de limitações e que, muito provavelmente, não conseguiriam fazer nada sem ajuda. Mas estas mesmas pessoas são grandes exemplos até mesmo para mim, pois são cheias de vida e normalmente conseguem ser ainda mais felizes do que qualquer outra pessoa.
     Por isso, não concordo com o final desta história. Claro que, nesta situação, uma cura é impossível e nem mesmo existe na realidade, mas também não era isso o que eu esperava. Estou consciente disso. E, de certo modo, um final feliz não necessita exclusivamente significar uma cura, mas uma aceitação da própria condição já seria um belo de um ponto de partida.
     Will para mim é um sujeito extremamente egoísta, pois pensou apenas em si mesmo e não considerou a forma como poderia impactar e até mesmo abalar a vida das pessoas ao seu redor. Will também, que se apresentava como um sujeito cheio de ambições que conseguiu até mesmo inspirar Louisa, não conseguiu, no entanto, mudar seu pensamento e definir novas ambições a partir de sua nova situação. Ele simplesmente não foi capaz de aceitar a si mesmo.
     A respeito da opinião da mãe de Louisa, quando esta faz uma comparação com a situação do "vovô", concordo plenamente e ela não deixa de estar certa quanto à opinião que manifestou. Você pode dizer, como Katrina disse, que "não é a mesma coisa" e, tudo bem, pode não ser, mas as consequências e os propósitos seriam os mesmos. É um absurdo.
     A própria sinopse diz que o livro trata sobre o esforço de retomar a própria vida quando tudo parece acabado. E realmente trata sobre isso e de formas diferentes. Louisa Clark soube ter o esforço necessário, apesar da dor em seu coração, para retomar sua própria vida. Mas Will não e justamente porque foi uma escolha dele a de não querer ter esse esforço. O que, de outra maneira, pode ser traduzido como um egoísmo da parte dele.
     Não é uma obra que eu recomendo. Não é também uma obra transformadora, que vai revolucionar sua forma de ver a vida (a não ser que você tenha a mente tão pequena a ponto de nunca ter refletido sobre qualquer questão existencial). E também não é, com certeza, uma obra que eu leria de novo.
     Talvez esta seja a resenha mais negativa que o NMW já publicou.
     Mas essa é mesmo a vida de um leitor e divergências a respeito de uma mesma obra são absolutamente comuns.
     Um livro que não recomendo.
     Decepcionante.
Por Lerissa Kunzler

4 comentários:

  1. Jojo criou o enredo de forma a mexer com as minhas emoções de tal forma que eu rezei por um milagre o livro todo! eu queria o final feliz, eu precisava dele pra continuar acreditando que Lou e Will seriam felizes, só que eu não consegui enxergar que a felicidade também é uma escolha e que o que é bom para uns não é para outros
    http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

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    1. O livro mexe com as emoções, esse é um fato inegável. O livro tem mesmo uma boa parcela de realidade e mostra bem isso que você disse, da felicidade ser uma escolha e nem sempre ser da forma como queremos.
      Um milagre nem sempre acontece e eu considerei isso durante a leitura. Para mim, um final feliz - caso um milagre não fosse possível - seria o de o próprio Will aceitar-se ao seu novo eu e ser capaz de reconstruir uma nova vida ao lado daqueles que lhe quisessem bem. Mas Will fez sua escolha, e não foi essa.
      Obrigada pela sua visita!! xD
      E por sua ótima opinião!! :D

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  2. Adorei sua resenha, sério mesmo. Acho que você uma das primeiras pessoas que, de certa forma, concorda comigo em achar esse livro uma perda de tempo.
    A maior parte do tempo eu fiquei indignada com as coisas que aconteciam e no fim, minha decepção foi muito grande. Afinal, quando a gente lê buscamos refúgio a problemas da vida, os livros são nossa fuga, onde os finais felizes são possíveis e como esse livro não me proporcionou isso, fiquei decepcionada.
    Seu blog é lindo e sua escrita muito boa! Parabéns!

    xoxo
    Fora do Contexto

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    Respostas
    1. Nem sempre é fácil sustentar uma opinião que diverge da opinião geral, né?! Fico feliz em ver que existem outras pessoas que concordam comigo!! :D
      Eu também me senti exatamente da mesma maneira, e quando acabei o livro fiquei sem acreditar que acabara daquela maneira mesmo. Me decepcionou muito também.
      É bem verdade! O livros são grandes refúgios e nos permitem viver aquilo que a realidade muitas vezes não oferece e esse livro, no entanto, não permitiu isso.
      Fico muito feliz que tenha gostado do blog, obrigada!! :D
      E obrigada por sua visita!! xD

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