Sobre o livro: A Culpa é das Estrelas, de John Green.

"Alguns infinitos são maiores do que outros."

Ok. Ok.

     Utilizando um dos dizeres da própria Hazel, alguns escritores são tão bons que seria bom ler até mesmo a lista de compras deles e John Green não se escapa dessa.

     O livro conta a história de Hazel, uma garota de 16 anos que possui uma metástase nos pulmões e não consegue ficar respirando por muito tempo, sem utilizar Felipe, o seu cilindro de oxigênio. Sua mãe reclama que ela passa muito tempo em casa e que ela precisa sair mais e fazer amizades. Certo dia, enquanto frequenta o Grupo de Apoio contra o câncer, ela conhece um jovem ex-jogador de basquete chamado Augustus de 17 anos, que na verdade possuía apenas uma perna verdadeira, pois a outra fora amputada devido ao osteossarcoma, uma espécie de câncer ósseo. Os dois acabam se tornando amigos e com o tempo, se apaixonam. Mas o que eles não esperavam é a voadeira que a vida lhes dá, pois como dizia Augustus, a vida não é uma máquina de realização de desejos.

     A Culpa é das Estrelas é um livro fantástico e muito bem escrito, os diálogos são incríveis, fazendo com que simpatizem logo de cara com a Hazel e o Augustus, como se fosse possível ser de outra forma. Ambos tem uma afinidade incrível e é inevitável não torcer pela felicidade deles, não importa se eles estejam aqui ou em Amsterdã (quem é que não ficou com vontade de dar uma chacoalhada no Van Houten também?!).

Mas além de tudo, esse é um livro realista e talvez esse seja um dos motivos pelos quais gostei tanto dele, afinal, a vida não é mesmo um conto de fadas e finais felizes como normalmente se espera nem sempre são possíveis.

     Quando se chega ao fim desse livro, além de querer ler mais e de pensar 'ahh, pena que acabou!", você também se sente mais ou menos como a Hazel e o Augustus se sentiram ao ler Uma Aflição Imperial, pois o livro também nos deixa curiosos e com vontade de saber o que acontece depois. Mas claro, dá para se imaginar. Que atire a primeira pedra quem não se emocionou com a história!

     Recomendo a leitura, até porque muitas vezes nem valorizamos nossa própria saúde e a vida que temos, reclamamos de coisas fúteis ou até mesmo de coisas simples, mas não somos capazes de imaginar o quanto seria pior se também tivéssemos alguma limitação.

     Por isso que tanto admiro a Hazel e o Augustus. Hazel era uma menina simpática, maravilhosa e além de tudo, era forte. Se preocupava com os seus pais e sobre como as coisas ficariam depois que ela se fosse. Ela não queria que as pessoas tivessem pena dela, ela simplesmente queria ser quem ela era, que todos a considerassem como uma pessoa normal quanto qualquer outra, o que ela não deixava de ser.

     Além de ser a história de um amor lindo, é uma lição de vida.

"Não dá para escolher se você vai ou não vai se ferir neste mundo, meu velho, mas é possível escolher quem vai feri-lo. Eu aceito as minhas escolhas."

Por Lerissa Kunzler.