Resenha do livro: Se eu ficar, de Gayle Forman.

Primeiro livro lido e resenhado, da Maratona Literária #EuTôDeFérias - Parte II

     Eu li esse livro não por curiosidade a respeito da história - que eu considero em grande parte completamente absurda - mas sim por ser um lançamento recente e por tantas pessoas elogiarem o livro. Então, em grande parte pelo fato de que gosto de estar por dentro do que o pessoal em geral anda lendo (e eu gosto de buscar entender o porquê das pessoas procurarem ler mais certos livros do que outros), decidi ler também esse livro.

Título: Se eu ficar

Autora: Gayle Forman

Editora: Novo Conceito

Edição: 1

Nº de páginas: 224

Livro no skoob

Sinopse: Depois do acidente, ela ainda consegue ouvir a música. Ela vê o seu corpo sendo tirado dos destroços do carro de seus pais – mas não sente nada. Tudo o que ela pode fazer é assistir ao esforço dos médicos para salvar sua vida, enquanto seus amigos e parentes aguardam na sala de espera... e o seu amor luta para ficar perto dela. Pelas próximas 24 horas, Mia precisa compreender o que aconteceu antes do acidente – e também o que aconteceu depois. Ela sabe que precisa fazer a escolha mais difícil de todas.

     A história, que também originou o filme de mesmo nome, conta a situação dramática de Mia, uma jovem que estava presente no acidente que tirou a vida de seus pais e deixou ela e seu irmão em estado grave. Mia é encaminhada para a UTI e sua situação é extremamente crítica, mas, de certa forma, ela possui a oportunidade de tomar a decisão sobre continuar vivendo ou morrer. Porém, nada é tão simples. Se ela viver, será órfã, mas se morrer, deixará devastado o restante de sua família e amigos.

“Todos os relacionamentos são duros. Assim como com a música, as vezes você tem harmonia e as vezes uma cacofonia. Não tenho que te dizer isso.”

     Eu tentei, realmente, mas não consegui gostar da história. É um livro bem dramático e emocionante, certamente, mas acho que faltou algo. É interessante o dilema que a autora constrói sobre a questão entre ir ou ficar e a forma como os flashbacks da vida de Mia surgem na história, trazendo à tona lembranças e apresentando ao leitor fatos que se encaixam como um grande quebra-cabeças a respeito de sua vida.

     Porém, sendo uma história tão trágica e dramática, a autora poderia sim ter explorado de melhor forma alguns pontos do livro, inclusive o próprio dilema da personagem. A narrativa deste é feito em primeira pessoa pela personagem central, Mia, mas isto acaba se tornando de certa forma entediante no decorrer da história - exceto pela presença dos flashbacks, que, se não estivessem presentes na história, a tornariam completamente maçante - porque não há presença de muitos fatos novos, somente as idas e vindas hospitalares e o drama essencial da história.

“A vida pode levar vocês para caminhos diferentes. Mas são vocês que decidem para qual vocês vão seguir.”

     A história em si é muito comovente e triste e algumas cenas são particularmente muito emocionantes, mas acredito que a história seria interessante e melhor, se conduzida por meio de outro ponto de vista. Os personagens em geral - como Willow, as enfermeiras, Adam, Teddy, Kim, enfim - são muito bem construídos e são daquele tipo de personagens que possui uma personalidade própria dentro da história, não são apenas personagens a mais para compor o enredo, mas sim personagens únicos.

“Tem tipo vinte pessoas na ala de espera agora. Alguns são seus parentes. Alguns não. Mas todos somos sua família.” [...] “Você ainda tem uma família,” ela sussurra.

     Outra parte interessante do livro é o fato de ele tratar sobre música e a história transmite com exatidão o que é o amor pela música e tudo que esta pode ser capaz de transmitir a alguém. Neste ponto, o livro também trata sobre a busca pela identidade própria. Mia, a personagem central, fazia parte de uma família de músicos. Porém, toda sua família se direcionava aos instrumentos como guitarra e bateria, enquanto que Mia preferia a música clássica e tocava violoncelo. É interessante perceber que Mia se sentia perdida em relação a isso, mas que no decorrer de sua vida, ela foi encontrando seu lugar.

     De forma geral, é uma história que não chama muito a atenção, exceto pelo seu drama intenso e pela forma como o enredo é conduzido, mesclando acontecimentos atuais com flashbacks do passado de Mia. Porém, não é um livro que eu leria outra vez.

     Alguém já leu o livro ou já ouviu falar? O que acha sobre ele?

     Em breve teremos mais resenhas.

Por Lerissa Kunzler