Resenha do Livro: Os 13 Porquês, de Jay Asher

Quarto livro lido e resenhado para a Maratona Literária

#EuTôDeFérias Parte I

Título: Os 13 Porquês

Autor: Jay Asher

Editora: Ática

Edição: 1

Nº de páginas: 256

Livro no Skoob

Sinopse: Ao voltar da escola, Clay Jensen encontra um misterioso pacote com várias fitas cassetes. Ele ouve as gravações e se dá conta de que foram feitas por uma colega de classe que cometeu suicídio duas semanas antes. Nas fitas, ela explica que 13 motivos a levaram à decisão de se matar. Clay é um deles. Agora ele precisa ouvir tudo até o fim para descobrir como contribuiu para esse trágico acontecimento.

      E se de repente você encontrasse na porta de sua casa um embrulho sem remetente, direcionado a você e que tivesse em seu conteúdo uma porção de fitas de alguém que se suicidou semanas antes? E, pior ainda, se você começasse a ouvir as fitas e perceber que elas formam uma espécie de lista, contendo as pessoas que contribuíram para o suicídio de quem gravou as fitas? E se você, sem saber, tivesse se tornado um dos culpados?

"Ninguém sabe ao certo impacto tem na vida dos outros. Muitas vezes não tem noção. Mas forçamos a barra do mesmo jeito."

      É exatamente esse o dilema de Clay Jensen. Ele recebe o pacote de fitas e, ao começar a escutá-las, percebe que está entre um dos 13 porquês de sua colega Hannah ter se suicidado. As fitas vão passando em ordem para cada um dos que estão nelas e, dessa forma, muitos segredos são revelados e isso não pode ser evitado, pois, se as fitas não forem passadas de um para outro de maneira correta, outro pacote das mesmas fitas virá à tona e então tudo se tornará público.

      Clay sofre. Sofre por saber que teve culpa naquele incidente terrível, sofre ao ouvir a voz de Hannah pela última vez, sofre ao descobrir tantas coisas que nem imaginava. No decorrer das 13 fitas - cada uma contendo um dos porquês que contribuíram para o suicídio de Hannah - Clay vai revivendo todos os passos da vida de Hannah desde que ela chegara naquela cidade até sua morte.

"Tudo o que a gente realmente possui... é o agora."

      É um livro bem interessante e certamente bem diferente. Ele começa pelo final, bem dizer, e vai voltando no tempo para apresentar ao leitor o conteúdo das fitas e a forma como ele afeta os personagens. Mas seu verdadeiro diferencial está nas suas características: por exemplo, o livro faz uma junção de um tema polêmico, o suicídio (além de tratar de muitos outros temas), com as gravações nas fitas - tornando a história bem peculiar. Além disso, o livro apresenta de maneira simultânea as gravações de Hannah e os pensamentos e sensações de Clay - o que também é bem interessante, pois o leitor pode acompanhar as duas coisas ao mesmo tempo.

      O livro que prende a atenção do leitor e, quando este se dá conta, não consegue mais parar a leitura, pois quer sempre desvendar o que vem na próxima fita e a narrativa também desperta muita curiosidade a respeito de seu desfecho. Aliás, o único ponto que achei meio fraco na história foi o próprio desfecho, pois o decorrer da história deixa uma grande expectativa pelo final e acredito que faltou "algo" neste, pois o livro simplesmente termina e é isso, sem muita emoção.

      Torna-se muito interessante acompanhar o ponto de vista de Hannah em suas fitas e perceber o que se passa na cabeça de alguém nessa situação. Na verdade, no início das fitas, Hannah realmente se tornou uma vítima da situação. Mas no decorrer das fitas, percebe-se que ela passou realmente a buscar motivos que pudessem lhe dar as motivações derradeiras para ser capaz de cometer o ato nefasto de se suicidar, pois ela foi se afundando cada vez mais.

"Você não pode interromper o futuro, nem modificar o passado. O único jeito de descobrir este segredo é apertando play."

      A história toda também serve como lição. É interessante notar como as pequenas atitudes de uma pessoa podem influenciar muito a vida do outro e afetá-la de maneiras que muitas vezes nem se pode imaginar. E como muitas vezes pode haver alguém por perto sofrendo ou passando por alguma situação difícil e nem sempre os outros são capazes de perceber isso. Hannah, por exemplo, queria que alguém lhe ajudasse, que percebesse sua situação, pois como os outros notam depois, os sinais estavam lá. Ela não conseguia ajudar a si mesma, mas queria que alguém fosse capaz de fazer isso por ela.

      Uma história intensa, um livro que prende a atenção... Uma lição.

Por Lerissa Kunzler